sexta-feira, 13 de abril de 2012

Bardo




A gaita ressoou o som mais triste do que poderia querer naquele momento.
Nenhum dos quatro cantos que não existiam deixavam o escapar aos quatro horizontes.

Dentro de um quadrado desenhado pela mente.
Isto o limitava e dizia: "Esta é sua prisão."

O horizonte se unia ao céu para todos os lados.

Flores eram vistas se despedaçando antes de morrer
ou se jogando ao vento por puro prazer.

O som nada havia a temer,
o horizonte conquistou com apenas querer.

Sentiu como sempre a emagadora culpa,
a mente o limitou, pois antes a razão era surda.

Tentou imaginar outro belo lugar.
O que era mais belo que a noite de luar?

Dia e noite, frio e calor.
Quebrado estava em seu próprio amor.

Ilusões criara para si,
decepções colhera ali.

Alegra a canção canção
até o mais orgulhoso coração.

A gaita o lembrara.
Que ele mesmo se limitara.

Então havia:
Ele, o som, na mente palavras de outras pessoas a serem digridas com o tempo e falsas paredes de uma prisão.

Concluiu então: o meu mundo é limitado.
A canção produziu: tristeza em consciência; consciência em vontade; vontade em movimento; movimento em plantar; plantar em aguardar; aguardar em colher; colher em saber; saber em limites; limites em ciclo; ciclo em renovação;

Tinha agora a composição da canção que tanto desejava.

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