terça-feira, 19 de abril de 2011

Um Pedido


Após um longo dia de trabalho a única coisa que poderia desejar era um bom banho e descanso. Mas iniciado os passos de retorno ao lar e um pedido inesperado surge.
Bem próximo à esquina uma senhora de idade já bem avançada estava sentada e encostada na parede de uma residência lendo um jornal que folheava com o maior cuidado, tendo as pernas estendidas no chão e o olhar despreocupado em um rosto que aparentava ter sofrido e vivenciado muitas coisas. Seu olhar me encontra e após a língua umedecer seus lábios fala de modo ligeiro chamando a minha atenção.
- Por gentileza, poderia me dar sua atenção durante um minuto?
Uma fala inesperada direcionada à mim, um transeunte qualquer. Minha atenção é fixada naquele rosto com um sorriso alegre.
- Sim. Em que posso te ajudar minha senhora?
- Bem, eu tenho casa mas gosto de morar na rua. – Dá uma explicação como se lesse minha mente do porque aquela senhora estar ali. - Poderia lhe pedir algo para comer ou algum dinheiro. Mas eu só quero te pedir uma caneta.
Impulsivamente abri a mochila, retirei uma caneta azul e a entreguei.
- Não dispenso o bom gosto por uma cruzadinha ou uma leitura descompromissada. Lhe agradeço meu jovem.
- Não foi nada.
Sorrisos foram trocados, e a senhora levara sua atenção para suas cruzadinhas.

2 comentários:

  1. Um pedido inesperado, muito inesperado...

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  2. Texto objetivo sem perder a suavidade. É super bacana quando alguém consegue conduzir as palavras para revelar às pessoas as belezas sutis do cotidiano.

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