
Estava deitado na cama desde às vinte e duas horas e o sono não chegava. O relógio fazendo tic-tac na escuridão marcava três horas. Hipnos se esquecera dele, novamente. Seus olhos fechados insistiam em imitar o sono que ali se ausentava. Cansado de tentar dormi, abriu os olhos desanimados que fraquejaram à pouca luz que vinha da luminária solitária na mesa bem próxima à ele, onde estudava durante o dia e em algumas noites escrevia.
O maior incômodo se chama: Insônia!
Logo encontrou nas palavras uma forma de dar vida ao seu desejo de sonhar durante as noites, mesmo que ironicamente, acordado e movendo a caneta preta a riscar o papel no caderno, esboçando um mundo de palavras tortas: um mero sonho disperto.
Ao folhear o caderno sempre se deparava com a primeira página e nem se lembrava há quanto tempo que fazia aquilo: deixar a primeira página de um caderno em branco para que a cosia mais importante fosse escrita ou desenhada ali.
Mas o que de tão importante poderia preencher a primeira página?
Perfeito!
ResponderExcluirO segredo talvez seja começar a escrever sempre na última página e ir avançando até a primeira. Ao contrário do que manda a lógica. Porque a cada momento uma coisa merece preencher a primeira página escrita. E a vida pode sempre oferecer algo digno de ocupar esse espaço de destaque.
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