segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Eu roubei...


Ela tinha cabelos claros e sorrisos largos e verdadeiros (daqueles que encontramos cada vez menos). Quando sorria, os olhos (galáxias) se expandiam de felicidade e aquele rosto se tornava algo misterioso que me encantava como uma canção de sereia em imagem.

Este canto me levaria a um ato furtivo, perverso e traiçoeiro, pois não me contendo em ter enigmado na mente aquela imagem de verdadeiro alegrar decidi roubar e ter somente para mim aquele momento. Ato egoísta. Aguardei o momento certo e guardei em minha máquina aquela cena que se repetia.

Ela não sabe, mas eu sei:
uma foto dela eu roubei!


Impaciência e Chuva

A garota segurava a sombrinha, onde a água escorria. Sua mente tentava definir qual o sentido de fechar os olhos e sentir o frio daquele dia enquanto segurava um disquete. A fita branca que seguia o rumo do vento e estava presa ao seu cabelo produzia um som distinto além do cair da chuva. Pensava naquele garoto no qual seu amor era depositado. O odor daquele dia a irritava ou seria a espera demasiadamente pesada?

O ponteiro do relógio muda, porém o tempo não parece tecer como sempre.

Impaciência a corrói.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Canção de COMA

COMA [Cualquer Obsessivo Malabarista Alcoólatra]

Triste malabarista. Corpo ágil, flexível, forte. Mente fraca, débil e manipulada. Habilidoso malabarista. Usa objetos com as mãos mas não sabe controlar o próprio coração, que não apenas bate em seu peito permitindo que ele viva e sim o deixa vivo pois a obsessão o manipula. Sentado no chão com uma garrafa de Whisky na mão a cantar:



"Eu comprei uma correntinha de ouruuuuu,
para vc nao gosta arrrr?

Eu nunca quis o seu couruuu hu huu,mas ele ficou muito bem na sala de esta harrr.


Não sou uma assassinu.
Sou um malabarista ahá


Eu queria seu amô hoooouuu,
mas consegui um tapete
que em lágrimas me faz tropeçaaa harrr


Maldita vaca que não me amouu houu,
agora fica na sala de estarr harr.


Pro hospital eu vou hu
(Baby herrr)
Em coma irei descansar.



                                                       De seu amorrr hôu."



Um sorriso idiota na cara e o fluxo de vida a umedecer os pés. Um olhar zangado a observar o fluxo quebrado. Um carinho final nos cabelos de seu objeto tão desejado. Um menino que quebrou seu brinquedo favorito mas fora homem o suficiente para afogar a realidade em goles alcoólicos.

O que será de você malabarista quando o Whisky acabar?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Aurora Inversa


Todo dia quando volto para casa vejo no horizonte milhares de luzes na escuridão da noite formando criando a aurora inversa no belo horizonte mergulhado na noite. A grandiosidade desse mundo me atinge mesmo durante a noite. Triste fico e articulo em silêncio palavras que não tenho coragem de manter em minha mente direcionando-as ao vento para que elas sejam levadas a seu destino. Se chegou alguma vez não sei. Só sei que as libertei com o maior prazer enquanto observava a aurora inversa.


sábado, 3 de setembro de 2011

3 de Setembro

"-Deixa cicatriz?
- ... que dor não deixa?"
Batman Gothan Knight - 2008


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Deadly Moonlight


I see the sky and i think: the moon made me crazy for you. (I drink your blood.)

I devour his flesh and soul now, because I love you. (I'm weak...)

We will live forever in Hell, then thank me.

I dont feel your carnal pain, but I feel your hate for me.

Please forgive me. This is stronger than me.

Do you understand?

(I get unanswered.)




sexta-feira, 10 de junho de 2011

Chove lá fora...

Não continue a me provocar nesta manhã
que vou aí fora te encarar com o maior prazer.



segunda-feira, 6 de junho de 2011

Snowflakes





















I never haven’t seen so much snow falling in my garden.
I never haven’t seen so much grey flakes falling so.
I look like a happy child, living this scene, because I grow up wanting to see it.
And today, I realized my big dream when I saw them fall.

My fingers are groping the air to discover the ice flakes...
THIS ISN’T EXISTE! My tooth are strange in my mouth.
It's as hot as summer. Cursed heat.
The deception corrupted my blood and poisons my heart.
I did everything this day for snowed.
Why it isn’t as cold as I wanted?
My scarf bitter my neck with this unbearable heat, and with angry I throw it to the ground. Goodbye old house, I dont want it’s anymore. Where is the feeling that icy snowflakes bring me? I feel the hate of my sarcastic lies walking. I look back and I see my house burning. Snowflakes come out of it. Bitter-gray flakes thrown to the wind in a subtle revenge against myself.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Salvação, mas não para ele.



Mais uma noite com pesadelos.

Maero o visitou a noite toda e o fez sentir coisas que desejava esquecer (mero ato repulsivo, covarde e egoísta). A cada vez que acordava, se é que dormira realmente em algum momento, se desanimava enormemente de voltar a tentar dormir, pois já sabia o que iria acontecer (maldito ciclo de vão escapismo). E acontecia o óbvio e previsível: velhos tormentos, visões de novos futuros erros.



Após uma noite inteira assim, acorda com a luz rejeitando o sono. Sem mais poder dormir vai ao banheiro, lava o rosto. Buscar Narciso... ele está de férias. Sua cabeça pesa mais que o esforço de se manter são. Sua visão vai ao chão, que é o único lugar que o aguarda com toda a ávida certeza. Contempla por um momento uma abelha no chão de cerâmica negra, do outro lado do banheiro.

Incapacitada de voar devido a irritante água que a umedeceu.

A pegou cuidadosamente, um simples/complexo ato de desespero para salvar a si mesmo na tentativa de purificar a alma salvando algo do fim iminente. Voltou para o quarto e a colocou na beirada da janela onde o sol da manhã aquecia o corpo de homem e abelha. Um homem de alma fria e uma abelha com desejo ardente pela vida. A colocou naquela beirada da janela para que ambos pudessem se aquecer e esquecer os problemas e angustias, momentaneamente.

O medo devorava a tudo: a ambos os seres; o medo era devorado pelo calor do sol matutino; a angustia se autodevorava. Todos estavam jogados no ciclo de autodestruição onde esperança era apenas o calor do sol daquela manhã que daria espaço para uma tarde, não muito quente, e uma noite de possível companhia de Maero novamente.

O tempo passou, a abelha voou, o homem ficou.

Pobre alma. Destruída pelo próprio medo de fazer o certo ou o errado e sempre se defrontar consigo mesma diante um espelho de verdade. A abelha foi embora viva, mas levou consigo aquele que pensava ser um homem, deixou um garoto para que crescesse novamente.

Ah! Queria eu ser o Icarus a dizer que não cairá jamais.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Voe, não pense, e sobreviva.


O Gavião estava parado na antena, observando lá de cima o que acontecia ao seu redor ou esperando por algo. Poderia ele estar ou tentando atrapalhar o sinal daquela antena, permanecendo sobre ela em uma silenciosa revolta contra o crescimento humano, ou simplesmente cuidando de seus afazeres do sobreviver. O que importa é que estava ali a observar não se sabe o que, na visão de um terceiro, mas ele sabia.
Os humanos se abrigam em suas casas para aproveitar os benefícios tecnológicos em um lazer passivo, e necessitavam daquele estranho engenho que os traz imagens de lugares tão distantes, enquanto perdem o que acontece ao redor de suas residências: a tentativa da natureza permanecer em meio ao moderno e ao evolutivo ser humano.
Parado e observando poderia estar pensando e comparando a liberdade que ambos tinham. Quem seria mais livre? O homem curtindo seu fim de semana em frente à televisão ou um pássaro buscando, possivelmente, algo para comer? Na visão de homens românticos, o pássaro seria mais livre por voar e ser intimamente ligado à natureza. Já o pássaro gostaria de se ver livre das caçadas e repousar em uma casa aconchegante tendo a certeza de que a comida não fugiria se ele a tentasse agarrar? A tecnologia, quase sinônimo de liberdade humana, poderia ser melhor que estar ligado à natureza?
Se o gavião estava a pensar em algo ou não o fato é que imediatamente teve de sair de seu momento observador passivo. Uma presa estava sendo perseguida por seu parceiro. O gavião levantou vôo e uniu forças com seu parceiro cercando a presa, um pequeno e ágil pássaro amarelo, em um círculo aéreo. Um ato em vão, pois o pequeno foi mais esperto e escapou facilmente por uma abertura. Para o pequeno mais um dia vivo. Para os caçadores: fome. Sobreviver é difícil.
Deve ter perdido a presa porque estava a pensar em algo. Pobre gavião, voe e não pense, deixe que os humanos se percam em pensamentos e atos. Apenas sobreviva neste momento.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Somente Afundando


O corpo afunda lentamente,
rumo ao profundo.
Livra-a, o desejo errante,
do peso do mundo.
Saudades de seu amor
que afundou e não voltou.
Doentio é seu ardor
que até a vida abdicou.
Agora lembra
daquele calor.
(Enquanto o perde.)
Havia esquecido
que a vida tem valor.
(Enquanto o perde.)
Arde em desespero
o ansioso pulmão.
(Desejo: ar.)
Mas em alívio está
o saudoso coração.
(Desejo: amar.)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A felicidade em uma caixa


Se perguntava, sarcasticamente, todo dia ao acordar “Estou em casa?” para se lembrar de que certamente não estava. Era mais um hotel barato no centro de uma cidade qualquer. A cama não lhe era agradável, mas deu para dormir bem, o cheiro da poeira não lhe era familiar, mas deu para suportar bem,  a escova de dente era sua, ao menos isso e outras poucas coisas que trazia em sua mochila de viagem. O serviço de quarto lhe trazia a refeição que devorava com rapidez enquanto olhava na internet como chegar ao cliente para prestar o serviço intelectual, vender criatividade para aqueles que não a possuem ou tinham preguiça de usá-la. Mais parecia um serviço qualquer de vendedor.  Trabalhava para uma grande agência publicitária, e tinha como único objetivo vender seus produtos aos clientes ansiosos por novas possibilidades de atrair o público com idéias criativas que eram sinônimos de lucrativas.

E então durante o dia justificava aquela sensação estranha que escondia e sufocava pensando: “A vida não muda!”. Acordar em uma cama diferente, pegar um táxi, ver rostos diferentes, falar o mesmo, conseguir resultados diferentes, mas quase sempre esperados. A vida não era lá assim um grande mistério quando se é uma máquina capitalista.

O máximo que ficava em um local para se acostumar ao cheiro de poeira, a maciez de uma cama e quase possuir uma vida normal sem viagens desgastantes era três dias. Era até bom não ter um lugar para voltar, pois ele estaria totalmente empoeirado e se houvesse animais, morreriam de solidão antes mesmo de fome. E se tivesse mulher, certamente estaria com algum filho, não seu claro. E se tivesse amigos, teriam eles se esquecido dele após tanto tempo. Pois ele não gostava mesmo de manter contato com pessoas durante muito tempo. A empresa era sua vida. Ganhava dinheiro com suas vendas, mas quase nunca o usava para si, o deixava acumular no banco e o usava comprando coisas básicas para seu uso pessoal e alimentação.

O fato é que gostava da vida que tinha e não se sentia preso a nada nem ninguém. Mas algo tirava seu respirar normal o levando a saber que existia um ar preso dentro do pulmão. Este algo o obrigava a se sentir um passarinho preso em uma gaiola. Passarinho este que sempre soube o que é a liberdade e repentinamente se viu dentro de grades pego por de surpresa pela ingenuidade de voar e pousar despreocupadamente sem pensar que poderia perder aquilo que ele nem mesmo sabia que tinha, e era tão bom. Mas as noites sempre faziam o mesmo. Ficava deitado esperando o sono chegar. Acordava no outro dia e tudo era a mesma coisa com os clientes, isto quando não estava dentro de um ônibus ou avião viajando.

Decidiu dar uma volta. Pela primeira vez em anos pensava se deveria mudar a vida que tinha. Se fixar em algum lugar e ser feliz.

A palavra “feliz” lhe pesou a cabeça e os olhos foram lançados ao chão. A face se envergonhou. Seria ele feliz? Nunca tinha pensando nisto. Mas agora que pensava sua cabeça pesava terrivelmente.

Não estava muito longe de seu hotel. Na verdade nem tinha oferecido muitos passos aos seus pensamentos que chegaram a uma questão tensa logo de começo. Olhou para a rua. E os carros passavam vagarosamente em um trânsito pesado, e as buzinas imploravam por velocidade, impossível naquele momento. Olhou para o outro lado e estava em frente a uma padaria. Entrou nela, não soube porque exatamente. Foi até uma geladeira e pegou uma caixa de suco de dois litros. Foi ao caixa e pagou com o cartão de crédito, como o de costume

Então lhe veio uma idéia em mente. Decidiu fazer uma loucura. Pegou dois canudinhos. Rompeu o lacre e afundou os canudos de plástico até o fundo. Quebrou a regra primordial de que um suco de dois litros só poderia ser bebido após ser servido em um copo. Sugou com vontade o líquido e sentiu que sua felicidade era tão doce quanto aquele suco que descia ao estômago. Descobriu que a sua felicidade era quebrar a rotina com uma coisa simples. Neste dia caminhou pela rua de terno e gravata tomando o suco de uma caixa de dois litros em canudinhos com um olhar despreocupado.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Porta



A vegetação oscilava com o vento e a sensação de folhas lhe acariciando e arranhando sutilmente as pernas era extasiante. O céu azul brilhava com tamanha intensamente que lhe cegava a razão jogando seus pensamentos às nuvens que vagavam imaculadas oferecendo o perfeito prazer visual em total plenitude. O bosque, um pouco distante, era sombrio e refrescante, pois a brisa gélida que saia dele, vindo de encontro ao rosto, entrando em contraste ao clima quente era perceptível. E aquela porta no meio deste cenário o leva à liberdade.

A mão toca a madeira densa da porta e sente os mínimos detalhes e entalhes. A madeira bruta e áspera assovia junto ao vento com o som do movimentar descendente do toque que recebe. A porta é arranhada pelas unhas que desejam saber se ela existe realmente. A maçaneta em forma de um retângulo está fria, ignorando o clima.

A vontade pulsante faz a mão envolver na maçaneta com toda força, jogando fora todas as dúvidas que poderia surgir naquele momento de que do outro lado não haveria nada. Nada era uma palavra nem um pouco aceitável no momento. Então inicia-se o ritual: respirar profundamente; prender o ar por um momento nos pulmões; fechar os olhos e puxar a maçaneta.

Um ar pesado de murmúrios enche os ouvidos e os olhos se perdem na imensidão que se encontra do outro lado da porta. Coisas se movem freneticametne e não dão tempo aos olhos se acostumarem e distinguir o que são. Mas com o tempo tudo se torna claro. As palavras se movimentam como vermes e se auto pronunciam. A tentação de ouvir o que elas murmuram é tamanha que um passo é dado à frente. O corpo se mistura às palavras e a porta fecha...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Conforto e Fim

Eu, com meus noventa anos, sentado em minha poltrona sem sono algum. O cheiro da chuva, molhando a terra durante a noite, entrava pela janela de madeira que possuía aquela bela tonalidade fosca à luz da vela crepitante, perto de mim. Vela que estava quase em seu fim, e resistira contra o ventar noturno que tentava lhe ceifar o direito de brilhar.
Meus pés tocavam o chão que com o frio da noite é gélido e beira o insuportável para meu velho corpo. Então após um tempo, fiquei na poltrona com as pernas dobradas lendo o meu livro e sentindo o calor voltar a tecer meus músculos.
O aroma do chá verde levemente adocicado subindo e se dissipando no ar úmido. A névoa lá fora deixa as árvores mais sombrias com aparência de carrancas desejosas que se movimentavam ao vento. Admiro por um instante os mínimos detalhes da poltrona em que me encontro, confortavelmente, com seu belo tom verde escuro e textura macia, feita por inúmeras linhas cruzadas formando um fractal de quadrados perfeitamente alinhados.
A vela ilumina o livro que tenho em mãos e que leio silenciosamente. Meu silêncio em contraste ao som  da chuva. As palavras que devoro, tornam-se imagens em minha mente e fluem constantemente até perceber que não estou lendo mais e sim vivenciando-as em meu imaginário. Parece tão vivo o que leio que cada palavra é estranhamente palpável.
A minha visão começa a perder o brilho das poucas cores que a vela me permite ver. Ou seria a vela chegando ao seu fim? Os olhos pesando e o corpo abraçando a sono profundo. A luz se extinguindo em seu último fôlego.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ciclo do Transviver







Thanatos amou a Vida.
Vida caminhou com o Amor.
Amor foi ao abismo para ver Thanatos.
Thanatos envolveu Vida , abraçando-a.
Desse encontro Amor se tornou Fênix.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Limitado



[Limitado... Hoje acordei co]
[m a estranha sensação de es]
[tar preso dentro de colchet]
[es. E que a qualquer moment]
[o eles podem me impedir de ]
[dizer que sei como criar um ]
[mundo que exista paz e lib]


Quando se está com a cabeça demasiadamente cheia não há espaço para nada novo.Contra um muro translúcido me encontro. Um muro de lamentações e limitações.
Me autodestruo em dúvidas e medos estúpidos reconhecendo minha fraqueza.
O limite de minha razão é impulso que a engrenagem que se chama dúvida utiliza para girar.
A partir da dúvida novas possibilidades são criadas em nome da razão que move meu pensar.
Assim avanço e passo o muro de lamentações rumo ao novo horizonte antes intocável, mas a corrente que me prende a este chão se estende, me iludindo novamente.

Sou um homem livre.

Até onde ela, a liberdade, se estender.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Um Pedido


Após um longo dia de trabalho a única coisa que poderia desejar era um bom banho e descanso. Mas iniciado os passos de retorno ao lar e um pedido inesperado surge.
Bem próximo à esquina uma senhora de idade já bem avançada estava sentada e encostada na parede de uma residência lendo um jornal que folheava com o maior cuidado, tendo as pernas estendidas no chão e o olhar despreocupado em um rosto que aparentava ter sofrido e vivenciado muitas coisas. Seu olhar me encontra e após a língua umedecer seus lábios fala de modo ligeiro chamando a minha atenção.
- Por gentileza, poderia me dar sua atenção durante um minuto?
Uma fala inesperada direcionada à mim, um transeunte qualquer. Minha atenção é fixada naquele rosto com um sorriso alegre.
- Sim. Em que posso te ajudar minha senhora?
- Bem, eu tenho casa mas gosto de morar na rua. – Dá uma explicação como se lesse minha mente do porque aquela senhora estar ali. - Poderia lhe pedir algo para comer ou algum dinheiro. Mas eu só quero te pedir uma caneta.
Impulsivamente abri a mochila, retirei uma caneta azul e a entreguei.
- Não dispenso o bom gosto por uma cruzadinha ou uma leitura descompromissada. Lhe agradeço meu jovem.
- Não foi nada.
Sorrisos foram trocados, e a senhora levara sua atenção para suas cruzadinhas.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Página em Branco





Estava deitado na cama desde às vinte e duas horas e o sono não chegava. O relógio fazendo tic-tac na escuridão marcava três horas. Hipnos se esquecera dele, novamente. Seus olhos fechados insistiam em imitar o sono que ali se ausentava. Cansado de tentar dormi, abriu os olhos desanimados que fraquejaram à pouca luz que vinha da luminária solitária na mesa bem próxima à ele, onde estudava durante o dia e em algumas noites escrevia.
O maior incômodo se chama: Insônia!
Logo encontrou nas palavras uma forma de dar vida ao seu desejo de sonhar durante as noites, mesmo que ironicamente, acordado e movendo a caneta preta a riscar o papel no caderno, esboçando um mundo de palavras tortas: um mero sonho disperto.
Ao folhear o caderno sempre se deparava com a primeira página e nem se lembrava há quanto tempo que fazia aquilo: deixar a primeira página de um caderno em branco para que a cosia mais importante fosse escrita ou desenhada ali.
Mas o que de tão importante poderia preencher a primeira página?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

HELLO WORLD


"Palavras foram jogadas ao vento
e seguidas por dentes-de-leão
que, de certa forma, buscavam alguma liberdade."

HELLO WORLD!

Grey Gear traz pequenos contos e idéias dispersas no ar para fazer o pensamento se movimentar como uma engrenagem. Espero que gostem das muitas palavras que jogarei ao ar para os dentes-de-leão.